Fernando Azevedo (1894-1974)
Filho de Francisco Eugênio de Azevedo e de Sara Lemos Almeida de Azevedo, cursou o ginasial no Colégio Anchieta, em Nova Friburgo. Durante cinco anos fez cursos especiais de letras clássicas, língua e literatura grega e latina, de poética e retórica; e, em seguida, cursou Ciências Jurídicas e Sociais na Faculdade de Direito de São Paulo.
Desenvolveu a primeira e vasta pesquisa sobre a situação da educação em São Paulo. Foi integrante do movimento reformador da educação pública, da década de 20, que ganhou o país e foi impulsionado pela Associação Brasileira de Educação, fundada em 1924. Entre 1927 e 1930, promoveu ampla reforma educacional no Rio de Janeiro, capital da República, animada pela proposta de extensão do ensino a todas as crianças em idade escolar; articulação de todos os níveis e modalidades de ensino - primário, técnico profissional e normal; e adaptação da escola ao meio-urbano, rural e marítimo. Fundou a Biblioteca Pedagógica Brasileira e em 1932, redigiu e lançou, junto com outros 25 educadores e intelectuais, o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova. Como diretor-geral, promulgou o Código de Educação do Estado de São Paulo (1934) e participou da fundação da Universidade de São Paulo. Visto como um intelectual de "centro", foi durante sua vida se transformando em um intelectual extremamente crítico quanto ao papel da escola, entendendo-a em 1954 como instrumento de manutenção do status quo. Morreu em São Paulo, em 1974.
Obras: Da educação física, seguido de Antinous Estudo de cultura atlética e a evolução do esporte no Brasil (1920); No tempo de Petrônio (1923); Ensaios (1924); Jardins de Salústio À margem da vida e dos livros, ensaios (1924); Páginas latinas, ensaios (1927); Máscaras e retratos Estudos críticos e literários sobre escritores e poetas do Brasil (1929); A reconstrução educacional no Brasil (1932); A educação na encruzilhada Problemas e discussões. Inquérito para O Estado de S. Paulo (1926); Novos caminhos e novos fins A nova política da educação no Brasil (1935); A educação e seus problemas, 2 vols. (1937); Princípios de sociologia, 8a ed. (1958); Sociologia educacional, 5a ed. (1958); Canaviais e engenhos na vida política do Brasil Ensaio sociológico sobre o elemento político na civilização do açúcar (1948); Um trem corre para o oeste Estudo sobre a Noroeste do Brasil e seu papel no sistema de viação nacional, 2a ed. (1958); A cultura brasileira, 3 vols. (1943); Na batalha do humanismo Aspirações, problemas e perspectivas, 2a ed. (1958); A educação entre dois mundos Problemas, perspectivas e orientações (1958); Figuras do meu convívio, ensaios (1961); A cidade e o campo na civilização industrial e Outros ensaios (1962); História da minha vida, memórias (1971).
(1988) Pascoal Lemme falando sobre a reforma de Fernando Azevedo...
As escolas, antes, eram uma rotina: ler, escrever, contar e pouco mais. A nova concepção, que chegou a ser chamada de "revolução copernicana" da educação, não foi inventada no Brasil, veio de uma corrente européia e da América do Norte. Basicamente, ao invés de o ensino ser ditado pelas idéias do professor ("o professor disse e não se discute"), passou-se a prestar atenção à psicologia da criança. Foi-se descobrindo que os indivíduos, em seu desenvolvimento biológico e psicológico, tinham interesses diferentes. As professoras eram levadas a estudar a psicologia da criança, que deixava de ser considerada um adulto em miniatura. Procurava-se então ensinar a matemática, a linguagem e os outros conhecimentos partindo daquilo que a criança podia compreender.
Com a Revolução de 1930, iniciou-se a degradação dos marcos conquistados pela reforma Fernando de Azevedo, inspirada por uma filosofia democrática e progressista. Então, dois anos depois, pareceu aos nossos melhores líderes educacionais, homens de ciência e intelectuais, congregados na ABE, que era preciso divulgar um documento que marcasse, com o peso de sua autoridade, as normas fundamentais que deveriam reger a educação nacional para que ela fosse pública, leiga, obrigatória, gratuita, ativa e progressista. O "Manifesto dos Pioneiros" exerceu influência fundamental nas campanhas que precederam a redação das Constituições de 1934 e 1946.
A repetição, segundo a velha e sábia pedagogia, é o método mais eficaz na aprendizagem. É preciso não esquecer nunca o preceito básico de que somente numa sociedade verdadeiramente democrática será possível o florescimento de uma escola democrática e popular, uma escola que satisfaça a todas as legítimas aspirações do povo e de seus professores e educadores.
Fernando de Azevedo acreditava na força predominante das idéias como fator de mudança social.
Por Marinêz Roduite e Michele Goytacaz
Um comentário:
Li o post sobre Fernando Azevedo e achei brilhante a vida desse homem, por ele ser muito estudado e que tenha tentado repassar sua sabedoria para a sociedade. Achei muito interessante o assunto, espero ler mais alguns posts relacionados a esse, criticas a sociedade seriam muito bons também. Da uma passada no meu se possível.
Antônio
Postar um comentário