sexta-feira, janeiro 15, 2010

aqui, lá fora

 
 

Sent to you by Suzana Gutierrez via Google Reader:

 
 

via Trezentos on 15/01/10

Em toda ciranda de conversas que fazemos na rede mocambos não deixamos de pintar a necessidade do dialogo das novas tecnologias, das tecnicas e a ciência com os saberes ancestrais. Para nós o novo e velho dialogam o tempo todo: o novo aprendendo com os erros e acertos da sua ancestralidade. Por isso a importância do Camdoblé para nós, por isso a importância d@s griôs. O equílibrio, o respeito a territoralidade. No filme Avatar trabalhou bem essa cosmovisão. A cultura digital para nós é um tijolo a mais. Não nos deixamos iludir pelos feitiche da sociedade do consumo, endosar mais consumo desenfreado, ainda que seja por um suposto bem, um susposto futuro saudável. Digo isso por que li o artigo da Silvana Lemos na revista ARede, "Aprender com os nativos digitais", e aponta para um rompimento com a vida. Há um grande volume de informações, um série de soluções para agilizar a comunicação e servir de entretenimento e novas formas convivio social. "Mas na nossa quebrada a parada é diferente". Mais está parecendo o novo ópio pro povo. O excesso de informações não está sendo mais possibilidades de soluções para os problemas cotidianos, pois as contradições continuam disfarsadas. Não está rolando aquele abstrair da realidade e buscar soluções para tarefas coletivas-individuais. Assim como não tem apontando para diversidade do que tem ofertado as outras mídias, tem sido sim mais uma extensão das outras mídias, com mudanças de formas e conteúdo para continuar a mesma hegemonia ou outra hegemonia e não diversidade. a inteligência desenvolvido por essa enorme quantidade de equipamentos e tecnologias não tem ajudado a criar e sim a destruir.

As crianças em suas casas, a experiência da vida resumida na realidade do video-game ou do computador, individualmente, das ruas com portões, a nova idade média. Não estão construindo seus brinquedos com materiais mapeados e recolhidos em diferentes partes do bairro ou em outro bairro. as brincadeiras coletivas é o jogo na rede. se quebra fácil, se compra tudo, usa pouco. ai ve elas com problemas nos ossos se atrofiando, dificuldade de compartilhar o lanche, o lápis. O computador e suas parafernalias como mais uma ferramenta e não como única. Lembro do blog do Marcelo Camelo, dele digitalizando o guardanapo com escritas e virando suas postagens no blog. Linguagem, né? De usar capulana, chita, como fundo do twitter ou do blog… subir em arvoré, tira foto dela e colocar no papel da parede do Desktop. Gravar a roda de ciranda e disponibilizar na rede. Digitalizar o desenho, daquele momento de sentado no chão, e vários potes de tintas, pode misturar a vontade, olhar para o outro e ver o que a coleguinha fez. Falta cheiro! Há certos valores, os mais profundos, que vem da cumplicidade dos momentos que exige a presente e o dialogo com aquilo que se toca em sua sinestesia.

telecentro negro

telecentro afro-centrado-diaspórico

Ir ao telecentro é a desculpa para sair de casa, ir para rua, encontrar o colega, perceber que plantaram um árvore, que pintaram a parede do salão comunitário, publicar as fotos da festa de São Benedito e a noitado no Jongo, postar no blog que aprendeu da história de Sundiatã Keita e da Makkeda ou como são feitos as casas em Mali.


 
 

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