quarta-feira, agosto 04, 2010

Sobre aprender, ensinar, avaliar e etc

imperdível !

 
 

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via Sergio Blog 2.4 by Sergio Lima on 04/08/10

Cada vez mais me convenço que aprender é mais importante que ensinar, nas nossas escolas! E não vai aqui nenhuma arrogância nisto!

Quando digo que aprender é mais importante que ensinar (na escola), não estou dizendo que devemos parar de ensinar! Esta é uma interpretação tola.

Escola
Créditos da Charge: Bichinhos de Jardim

Estou dizendo que no processo de aprendizagem-ensino (não ensino-aprendizagem, pra ser bem Foucaultiano) o foco deve estar naquele que está aprendendo. No que ele precisa aprender, com base em seus gostos e aptidões. Nem todos precisam saber a transposta de uma matriz! Nem todos precisam saber orações coordenadas assindéticas ou transformações adiabáticas e todos os demais "enciclopedismos" dos nossos currículos escolares!

Obviamente que conciliar o que os alunos deveriam aprender com uma educação de massa, eficiente e de qualidade é o nosso grande desafio (educadores, gestores e acadêmicos).

Há algumas sugestões óbvias e ululantes! Diminuir a relação número de alunos para cada professor. Esta sugestão óbvia me ficou mais clara quando na palestra do Prof. Thadeu Penna no dia Debian de 2009 ele citou o fato (careço de dados) de que a educação fundamental e a pós-graduação não são os problemas no Brasil.

O gargalo da nossa educacão está no segundo segmento do fundamental (antigo ginásio ou 5o a 8o séries do primeiro grau) e no ensino médio (antigo 2o grau).

Nestes dois segmentos é onde o professor atende a um número enorme de alunos, numa "educação" em ritmo de "fábrica". Quase sempre numa lógica de horas de aulas, que faz com que a maior parte desses professores trabalhem em várias escolas e não vivenciem, intensamente, nenhuma delas!

(...)

Mas, você leitor, já deve está se perguntando porque estou pensando escrevendo sobre isto agora? Por dois motivos: 1) Este é o "demônio" que me assombra ultimamente! 2) as evidências experimentais parecem corroborar minha hipótese de que ensino não deve se sobrepor a aprendizagens :-)

E como apontado (link) na matéria acima, um dos subprodutos da ênfase no ensino, mais nocivos a aprendizagem nas Escolas, é a paranóia por avaliações padronizadas, notas e rankings!

Taí a nota do ENEM, que por questões estatísticas básicas, não deveria ser tomada como ranking de qualidade de educação (ou ensino) e é "macaqueada" aos quatro ventos por escolas e gestores educacionais!

(...)

Eu tenho três filhas que aprendem de modo, tempos e ritmos diferentes! Por isto quando vou estudar matemática com uma faço de modo diferente do modo que faço com as outras!

Por que com os meus 160 alunos (sim eu sou um professor de ensino básico felizardo, muitos dos meus colegas atendem a 400 ou mais alunos) eu devo pressupor que todos devem aprender do mesmo modo, no mesmo tempo e as mesmas (muitas) coisas?

Será que um aluno que não consegue aplicar o princípio da inércia numa situação cotidiana estaria menos preparado para a vida cidadã ou para o mundo do trabalho?

E para complicar, como mensurar a qualidade da educação que estamos praticando nas nossas escolas se os alunos pudessem flexibilizar os seus próprios currículos?

A única conclusão, provisória, que chego é que em tempos de abundância de informação, compartilhamento e colaboração ainda ensinamos e avaliamos como se estivéssemos na Era Industrial!

Texto produzido no b2evolution. Participe das conversações. Comente :-)


 
 

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quarta-feira, junho 23, 2010

Para não contar uma história única.

quarta-feira, junho 09, 2010

A Ilíada em infográficos! [Carbono 14]

do ScienceBlogs.com.br

 
 

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via ScienceBlogs.com.br : Combined Feed by Reinaldo José Lopes none@example.com on 09/06/10

Sen-sa-cio-nal é o único adjetivo que me vem à cabeça ao ver a Ilíada em infográficos, cuidadosamente e criativamente bolada pelo escritor argentino Martín Cristal. Ele dissecou visualmente, à la Playmobil, canto por canto do clássico homérico. Um aperitivo é o Catálogo das Naus, abaixo.

iliada.jpg

Vale muito a pena visitar o índice. O mais divertido é a contagem de corpos por guerreiro grego e troiano no finalzinho. Aconselho o leitor de primeira viagem do poema a aproveitar esse roteiro. Boa pancadaria helênica pra vocês.

Conheça Além de Darwin, meu primeiro livro de divulgação científica

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segunda-feira, junho 07, 2010

Olá amigos, vem aí a 2ª Olimpíada Nacional em Hist...

 
 

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via vamos blogar? by Gustavo Garotti Scandiuzzi on 02/06/10

Olá amigos, vem aí a 2ª Olimpíada Nacional em História do Brasil (ONHB). As inscrições acontecem de 1 de junho a 6 de agosto.
A Olimpíada, composta por cinco fases online e uma presencial, é destinada a estudantes do 8º e 9º anos do ensino fundamental e demais séries do ensino médio, de escolas públicas e privadas de todo o Brasil.
Para orientar a equipe, formada por três estudantes, é obrigatória a participação de um professor de história.
A Olimpíada começa no dia 19 de agosto, dia nacional do historiador, data que celebra o nascimento e o centenário da morte do jornalista e historiador Joaquim Nabuco.
A iniciativa é do Museu Exploratório de Ciências da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Em 2009, a ONHB inscreveu mais de 15 mil participantes e reuniu cerca de 2 mil pessoas na final presencial.
Mais informações acesse o site "www.mc.unicamp.br"

 
 

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sexta-feira, maio 28, 2010

Sobre dar aulas e sobre dar aulas de História

recomendo!

enviado por Suzana Gutierrez via Google Reader:


texto de Ana Paula - via Urbanamente on 28/05/10

Ontem, enquanto eu voltava pra casa depois de mais uma aula de História da Cidade na FAU, eu vim pensando um monte de coisas, e me deu vontade de falar sobre elas.
O tema da aula (conforme o programa) era Cidades Islâmicas, e eu comecei questionando a terminologia e dizendo que eu preferia chamar de Cidades Muçulmanas. Claro que os alunos já levantaram a sobrancelha pra perguntar que diferença existe. Aí um levantou o dedo pra saber por que não Cidades Árabes, e eu adorei a deixa.
Não, não vou explicar a diferença agora, porque eu quero falar de outro assunto (depois eu volto nesse, se houver interesse). Mas acabou que eu achei importante falar de algumas questões básicas antes de entrar no assunto urbano propriamente, e no fim das contas vou ter que apresentar o resto da aula em outra semana ou preparar decentemente os slides que eu fiquei devendo, com as imagens que ilustram o que eu falei. Fiquei agradavelmente surpresa com o interesse dos alunos por um tema que a gente tem tão pouca oportunidade de discutir e sobre o qual, de maneira geral, temos uma visão tão parcial, tão limitada. É triste perceber que, quando se fala a palavra "muçulmano", o estereótipo imediato são as imagens de mulheres de burca e homens-bomba, como se fosse tudo um grande bloco monolítico, cujo foco reside ali naquele miolo do Oriente Médio que o pessoal não sabe nem localizar no mapa. E aí é uma surpresa descobrir que há uma imensa variedade de visões e interpretações doutrinárias dentro da vivência islâmica, que há muçulmanos vivendo em todos os continentes do planeta, e em cada lugar a própria prática da religião assume aspectos diferentes, sem falar nas tradições e costumes sociais, e que há mulheres que gostam de usar o véu e não deixariam de usá-lo nem que deixasse de ser obrigatório. E que isso não impede que elas trabalhem, estudem, usem maquiagem, pintem as unhas de vermelho e comprem lingerie sexy. Não estou dizendo que são todas assim, mas estou dizendo que existem possibilidades distintas dentro do mundo islâmico, uma riqueza e uma multiplicidade de experiências que nós normalmente ignoramos. E perguntar-se POR QUE nós ignoramos é fundamental. A velha história do Outro e do temor que o Outro representa.
Mas aí eu vim pensando essas coisas, e me lembrei que esta mesma semana uma outra aluna veio me procurar no fim da aula pra dizer que queria trocar de turma e vir assistir aula comigo, porque ela tem dificuldades de se concentrar e dispersa muito fácil, daí sempre teve problemas com aulas teóricas e expositivas, porque quando ela se dá conta, o pensamento já tá muito longe e ela não tem idéia do que o professor estava falando, por mais que se esforce por prestar atenção. E que, tendo assistido uma aula minha ela conseguiu acompanhar e entender tudo, porque minha aula era mais "animada".
Não vou entrar no mérito da saia justa em que isso me coloca, porque o período de alterações de inscrição em disciplina já acabou e o Departamento recomendou expressamente que os alunos permancessem nas turmas em que estão inscritos, nem vou também falar que isso evidentemente alimenta minha vaidade, porque eu luto com ela diaria e sinceramente, e sei que se der sopa ela aparece toda rebolativa e o risco de estragar tudo fica gigante. O que acontece é que isso me botou pra pensar em coisas sobre o ofício de dar aulas, sobre meu jeito particular de dar aulas e refletir sobre os prós e contras de tudo.
Eu saí dali rindo um pouco por dentro, e achando que no fundo o que a aluna quis dizer é que minha aula é performática. E é verdade, tem um pouco de teatro em tudo. Não que eu não seja uma pessoa expansiva e otimista na minha vida em geral, ou que uma aula seja uma farsa, mas há uma certa representação ali, um timing, um ritmo que a gente vai regulando. Tem a hora da piadinha, tem a hora de afrouxar a linguagem, a hora de usar os termos todos corretos e formais. Eu falo alto, eu gesticulo, eu ando pela sala, eu gosto de saber o nome dos alunos para interpelá-los nominalmente, eu fico enfática de vez em quando (e provavelmente vermelha). Os alunos sabem que eu sou flamenguista (e eu sempre brinco quando chega um com camisa de outro time, dizendo que vai perder ponto na prova), sabem que eu tenho dois filhos adolescentes, que eu gosto de cinema e literatura. E eu não sei explicar como, dando aula há vários anos, sempre brincando e tendo um jeito muito afetivo em relação às minhas turmas, eu nunca tive casos de insubordinação em sala, nem nunca alunos que cruzaram o limite da intimidade. A maioria inclusive me chama de "senhora", mesmo pra fazer alguma brincadeira. Quando eu era bem mais jovem eu achava ruim, tinha vontade de dizer "que isso, pode me tratar por você", depois passei um tempo encucada achando que eu devia estar ficando mesmo velha, e hoje acho tranquilíssimo. Não me sinto velha por ser chamada de senhora e vejo nisso, pelo contrário, um sinal de respeito e reconhecimento de autoridade quase carinhoso, até. Não ligo e até gosto, embora jamais fosse exigir esse tratamento caso o aluno me trate por você. O respeito não está exclusivamente nas palavras, mas num conjunto muito mais amplo de atitudes e postura.
Claro que já enfrentei discordâncias, algumas mal-humoradas, outras tremendamente respeitosas e pertinentes, com as quais aprendi muito, já revi avaliações, já mantive avaliações apesar do chororô, me dói reprovar aluno, mas eu reprovo se precisar, graças a Deus não sou unanimidade e sei que tem aluno que não gosta de mim ou do meu jeito, mas de maneira geral consigo estabelecer relações muito amistosas com a maioria, que duram às vezes muito além da sala de aula, e gosto disso. Mas quando a menina falou que minha aula é animada, eu me dei conta, talvez pela primeira vez, que é verdade, eu fico mesmo cansada e suada depois de cada aula, como se eu tivesse dispendido ali enorme energia. Não sei se terei esse pique sempre, talvez seja bom se eu aos poucos ficar mais sábia e madura e aprender a dar boas aulas sem me desgastar tanto. O que eu sei é que hoje eu sou assim.
Hoje eu tenho urgência. Eu preciso me apaixonar por um assunto pra poder dar aulas sobre ele. Na minha cabeça, o professor tem um papel que é também de sedução, de cativar o aluno, de trazê-lo para esse universo novo e fazê-lo se interessar por ele. Eu já descobri que o meu prazer maior não é ensinar, é ver o aluno aprender. Testemunhar esse momento em que brilha um olho, ou ouvir um único aluno dentro da turma vir dizer que agora conseguiu entender alguma coisa, ou passou a gostar de uma matéria que ele antes achava um saco, compensa todas as noites em claro preparando aula, todo o cansaço. Adoro quando os alunos tiram notas boas (mas não faço prova mole), e mais ainda quando alguém que começa o semestre mal chega no final com melhora significativa. Sinal de alguma coisa ali fez sentido. Talvez por isso eu goste tanto de dar aulas na graduação, e especialmente nos primeiros períodos. É uma diversão desconstruir alguns mitos e manias que vêm do ensino médio, enfiar minhocas na cabeça da garotada, botar o povo pra pensar e questionar coisas que sempre pareceram tão "naturais". E aula de História é uma beleza pra isso.
Só que eu também fiquei me perguntando coisas. Deixa eu ver se sei explicar. Eu amo História. Mas há muito tempo eu deixei de ver a História como uma linha universal em que se sucedem períodos (numa pressuposição de escala evolutiva), delimitados por datas específicas, como se o mundo todo estivesse vivendo os mesmos processos ao mesmo tempo e depois passassem todos para a etapa seguinte, e nos bastasse seguir o fio dessa meada. Que é mais ou menos como a gente aprende na escola: os gregos, os romanos, a idade média, o renascimento, a idade moderna, etc. E não é nada disso.
Pra começar, a gente ainda estuda uma história tremendamente eurocêntrica. Tá bom que nós (e aqui eu estou falando de nós, brasileiros) descendemos em grande parte desse ramo aí que vem desde os gregos ou antes. Não estou falando de descendência genética, mas de filiação filosófica, ideológica, política. Mas eu acho que a gente precisa pelo menos de vez em quando alertar os alunos para o fato de que há um mundo vasto e diverso além daquele umbigo. Existem outros povos, com outras formas de viver, de fazer cidades, de pensar. Que o Império Romano não abarcava o mundo inteiro, que tem a Índia, a China e o Japão vivendo outras coisas, sem falar nos povos e civilizações que estavam ali do lado, nas fronteiras do império. Que enquanto a maior parte da Europa vivia a retração urbana da Alta Idade Média, Bagdá tinha mais de um milhão de habitantes e era a maior e mais rica metrópole do mundo, onde florescia não só o comércio intenso, mas a matemática, a literatura, a filosofia. Sem falar na África e nas Américas, que só entram nos nossos livros de História quando os europeus chegam lá, como "descobridores" (parece que esses lugares não existiam antes), como colonizadores, como capturadores de escravos, dizimadores de índios, portadores da civilização. E ainda tem a Oceania que a gente nunca nem estuda pra nada.
Por tudo isso, eu tenho muita dificuldade com essas divisões didáticas de eras e datas. Eu sempre acho que quando tematiza demais a impressão que fica é de que aqueles episódios ou civilizações são estanques, um sucede ao outro ordenadamente, quando na verdade há sobreposições, conflitos, convergências. É preciso fazer leituras sincrônicas (do que acontece em lugares diferentes ao mesmo tempo) e diacrônicas (do que acontece nos lugares ao longo do tempo) meio simultaneamente. Só que ver isso transforma a história (como a vida) num painel multidimensional e dinâmico, com vários sujeitos, várias perspectivas. E como passar isso é algo que me aflige às vezes.
Eu tendo a ver os temas de aula sempre inseridos num panorama mais amplo e me interessa entender os processos, de onde vieram aquelas coisas e pessoas, para onde foram, as relações que estabeleceram. O Outro, de qualquer tempo ou lugar, me interessa. Saber como ele vê as coisas, de que lugar ou posição ele fala, tentar, por um breve instante, ver e sentir o mundo como ele vê e sente, seus objetivos, seu ponto de vista. As idéias me empolgam, os conceitos por trás das ações, os encaixes, as diferenças. O nome ou a data a gente acaba absorvendo de tanto ler e estudar, mas não são o objetivo. Eles têm sua importância: ajudam a pontuar, localizar, identificar, dão nome e rosto, mas estão a reboque de um entendimento mais amplo.
Eu junto muito Urbanismo e Arquitetura. Não dá pra falar de cidade sem falar de arquitetura, e vice-versa. Eu junto também História e Geografia. Eu tenho fascinação por mapas, sempre tem mapa nas minhas aulas, a gente fala de tantos lugares diferentes, eu gosto de dar ao aluno a chance de saber onde é que fica aquilo (ou ficava, quando hoje não existe mais). Relacionar o que está sendo dito com coisas que ele conheça. Por exemplo, em outra turma eu estava essa semana falando sobre a Reforma de Viena no final do século XIX e a construção do ringstrasse. Aí eu me toquei que eu falava da Áustria e provavelmente a maioria ali estava pensando na Áustria de hoje, e eu pus um mapa de 1900, pra lembrar a eles que, quando eu falasse "Áustria" nesse contexto de final do século XIX-início do XX, eu estava me referindo ao grande Império Austro-Húngaro, um território que abarcava partes do que hoje é a Alemanha, a Polônia, A Hungria e os Bálcãs. Historicamente, é outro lugar. Eu fico sempre preocupada e perplexa com o fato de que as pessoas sabem muito menos geografia hoje. Tá bom que decorar por decorar é um saco e não faz sentido, mas eu sabia onde ficavam os principais rios e cadeias de montanhas do mundo todo, e as capitais dos diversos países, e isso caía em prova. Daí, hoje, se alguém falar Mar Cáspio, ou Negro, ou Estreito de Bósforo, ou Pirineus, Apeninos, Rio Danúbio, Rio Arno, Rio Eufrates, o mapa vem na minha cabeça rapidinho e eu sei onde fica. E isso ajuda a fazer relações geopolíticas, entender por que a conquista de determinado território era estratégica, ou por que determinado povo demorou para chegar a determinado lugar em seu processo de ocupação do território.
A minha dificuldade às vezes, é que na minha cabeça vem tudo junto, um quadro grande, tudo ao mesmo tempo agora. E um monte de referências pop também: músicas, filmes, livros. Isso às vezes é um problema, e às vezes causa grandes risadas. Porque de vez em quando eu cito, toda contente, crente que estou abafando, um filme ou música que pra mim é manjadíssimo, e ficam aquelas 30 carinhas me olhando com cara de "hein?". E aí eu vejo que eu tou ficando velha mesmo. Ou o povo tá ficando menos informado. Caramba, eu nasci na década de 60, mas isso não me impede de conhecer Cole Porter, ou ter visto filmes das décadas de 30 e 40, ou lido Jane Austen. Mas outro dia, falando da colonização dos Estados Unidos, e mencionando a importância, em determinado momento, da cidade de Filadélfia, eu mencionei Philadelphia Freedom do Elton John e ninguém sabia do que se tratava. Pior foi o mico dessa aula sobre Viena, quando eu perguntei se eles já tinham visto Sissi, a Imperatriz. Eu fiquei me achando um Matusalém. Aí zanguei (de brincadeira) e mandei todo mundo ir perguntar pras mães sobre o filme. Não é possível que as mães desses meninos não tenham visto isso na Sessão da Tarde.
Eu sempre mando ver filmes, ler livros, ouvir músicas. Eu levo pilhas de livros meus (de ficção, romances, ou de estudo mesmo) pra sala, pra eles folhearem. Isso tudo pode ser bem legal, e "animado", como disse a aluna, mas pode também ser cansativo, agitado demais, disperso. Essa coisa de ver o conjunto e cruzar tantas referências pode me levar a perder o foco da aula, e eu sei que vira e mexe eu estouro o tempo antes de ter falado tudo o que eu tinha pensado em apresentar. A gente tem que fatiar a história em pedacinhos (com começo, meio e fim) pra caber no tempo da aula, e ao mesmo tempo articular, contextualizar, costurar os assuntos. E tudo isso tem que fazer sentido. Não é fácil. Talvez às vezes fique confuso. Eu gostaria sempre que os alunos me dessem um feedback se as coisas estão indo rápido demais, ou lento demais, ou repetitivo, ou confuso simplesmente. A vida é confusa, vamos combinar. As coisas não cabem em gavetinhas. Mas o papel da gente ali na frente, pilotando o quadro e o giz (eita coisa antiga) é ajudar a trilhar esse caminho. Eu tenho tantas dúvidas, mas eu amo tanto o que eu faço, que desejo e me esforço para fazer bem. Se tocar alguém, eu fico feliz.

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terça-feira, maio 18, 2010

Tirar o carro amarelo da garagem

Mais jogos no Blog da Márcia!

 
 

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via Me Acharam? by Márcia Ribeiro Paganella on 17/05/10




LEIA COM ATENÇÃO AS ORIENTAÇÕES! E depois,Clique para Jogar
Tente tirar o carro amarelo da garagem movendo os obstáculos:
Carro amarelo - movimentos pra frente e pra trás.
Carro vermelho - movimentos pra frente e pra trás.
Carros roxos - movimentos pra cima e pra baixo
Caminhões - movimentos pra cima e pra baixo ou pra frente e pra trás.
Tentar tirar o carro amarelo da garagem o mais rápido possível e passar pelas 60 fases em menos tempo.

Esse blog é um pouco de mim, minhas coisas, minhas fotos, meus pensamentos malucos ou nao, minhas musicas...

 
 

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domingo, maio 16, 2010

Sobre o Jecripe - Jogo de Estímulo à Crianças com Síndrome de Down

Em abril passado foi lançado o Jecripe, tido como o primeiro jogo para crianças com Síndrome de Down com a proposta de trabalhar áreas que necessitam ser estimuladas em crianças com a síndrome: linguagem, percepção, coordenação viso-motora, motricidade...

Minhas impressões sobre o jogo:
  • Jecripe não é um software para crianças com Síndrome de Down. É um software para algumas crianças com Síndrome de Down.
  • As propostas de atividades são direcionadas à uma determinada faixa etária. Crianças em idade pré escolar se beneficiariam dele, ao passo que seria compreensível que à uma criança de oito anos, por exemplo, não despertasse nenhum interesse. Da mesma forma, poderá ser explorado de modo a favorecer o aprendizado e o desenvolvimento de uma criança sem a síndrome. Ou seja, beneficiar qualquer criança, desde que esteja adequado à sua faixa etária e ao seu nível de desenvolvimento.
  • Possui uma interface simples e acessível, com boa qualidade áudio-visual.
  • O direcionamento dado pela personagem que conduz à criança para as atividades é importante, considerando-se que aquelas com pouca familiaridade com as ferramentas computacionais e menor nível de autonomia poderão interagir com o jogo. Entretanto, como um jogo de estímulo, deveria promover maiores desafios, de forma a fazer com que a criança sinta-se motivada a avançar em suas conquistas, agindo com progressiva autonomia.
Algumas considerações sobre softwares e deficiência intelectual:
  • A utilização de softwares prontos (pacotes) podem incorrer em padronização do ensino.
  • Existe uma idéia equivocada de que entre pessoas com deficiência intelectual existe uma universalidade de características comuns à todos. É preciso que antes da deficiência esteja a criança. Com suas especificidades, seus gostos, suas características pessoais, seu ritmo, suas habilidades, suas limitações, suas necessidades...Suas. De cada um e de todos de forma diferenciada.
  • Softwares direcionados a este ou aquele público, com esta ou aquela finalidade - definidas a priori - podem limitar, engessar o professor podendo, igualmente limitar o aluno.
  • Mais importante que a tecnologia é a pedagogia. Aliados à uma intervenção de qualidade do professor, os softwares podem ser importantes instrumentos para a aprendizagem. Uma mesma ferramenta pode ser educativa ou não, servir ou não ,dependendo de todas as variantes que se apresentarem: do contexto, do olhar do professor, do objetivo...

sexta-feira, maio 14, 2010

Ministério do Meio Ambiente coordenará inventário sobre produção e descarte ...

 
 

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Foi firmado um acordo histórico entre o Compromisso Empresarial para a Reciclagem (CEMPRE) e o Ministério do Meio Ambiente para a realização de inventário de produção, recolhimento e reciclagem de resíduos eletrônicos no Brasil.

Segundo depoimento da Ministra Isabella Teixeira à Agência Brasil, o objetivo do acordo é dimensionar o a geração e o destino de lixo eletrônico no país. Já não era sem tempo, visto que a falta de dados sobre o descarte de equipamentos eletro-eletrônicos no Brasil foi criticada no último relatório da ONU sobre o tema. A previsão do Ministério é ter o inventário feito em quatro meses e "contará com a participação de todas as empresas que fazem parte do Comitê Eletroeletrônico do Cempre. Também vamos convidar as outras associações que representam o setor eletroeletrônico. Tudo isso sob a coordenação do Ministério do Meio Ambiente", disse a ministra.

A CEMPRE aproveitou o momento político e publicou uma lista semelhante à nossa, com alguns postos de coleta de resíduos eletro-eletrônicos, além de um  portal explicativo sobre o processo industrial de fabricação e reciclagem de eletrônicos, interessante apesar do tom empresarial exageradamente otimista.

A ministra ainda disse à Agência Brasil que "estamos (o Ministério do Meio Ambiente) nos antecipando a uma lei (Política Nacional dos Resíduos Sólidos) que está sendo votada para permitir que o empreendedor ou aquele que gera um produto, que vai dar no resíduo [lixo], tenha a responsabilidade de recolhe-lo, dando a esse produto a destinação adequada".

Parabenizamos a iniciativa do acordo, mas lembramos que a gestão de resíduos sólidos no Brasil é desastrosa: muitos municípios ainda não tem aterro sanitário, os lixões contaminam águas, comunidades próximas e ainda servem de fonte de alimentos para muitos miseráveis, a coleta seletiva é pouca expressiva e nos casos mais exitosos, como o do alumínio, o trabalho é realizado em condições péssimas de segurança e salubridade por catadores e sucateiros. Ou seja, DEMORAMOS para começar a solucionar esse problema!
O lixoeletronico.org agradece à Patrícia Cornills pelo envio da notíca.

 
 

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sexta-feira, maio 07, 2010

Prêmio Microsoft Educadores Inovadores

A quinta edição do Prêmio Microsoft Educadores Inovadores está com inscrições abertas para projetos que façam uso das tecnologias da informação e da comunicação desenvolvidos por educadores de escolas públicas (estaduais, municipais ou federais), Fundações, Secretarias Municipais e Estaduais de Ensino, Núcleos de Tecnologia Educacional (NTEs ou NRTEs) e Escolas Técnicas Públicas.

"As inscrições vão até o dia 02 de julho, a premiação acontece no dia 04 de agosto em São Paulo. Os vencedores vão ganhar um notebook e os responsáveis pelos projetos vencedores das categorias de Ensino Básico concorrerão com educadores de todo o mundo e serão os representantes do Brasil nas etapas internacionais do evento, que este ano será na África do Sul, país da Copa. Mais informações sobre o prêmio, as regras, quem pode participar etc, estão disponíveis no site: www.educadoresinovadores.com.br"
Toda a promoção que de visibilidade à projetos educacionais é bem vinda e o prêmio Microsoft vem destacando educadores realmente inovadores como Marli Fiorentin e Bernardete Motter, entre outros. A partir da premiação, estas educadoras puderam dar um maior impulso a seus projetos e obtiveram reconhecimento e apoio em suas escolas e comunidade.

Todavia, no Regulamento, é preciso considerar e refletir sobre as sequintes questões:

"Serão considerados projetos que utilizem tecnologia Microsoft podendo estar aliada a outras.

Os projetos enviados não serão devolvidos e passarão a fazer parte do acervo da Microsoft, que poderá livremente fazer uso dos mesmos, inclusive para divulgação posterior dos conteúdos e imagens no site do Prêmio Microsoft Educadores Inovadores:

OS PARTICIPANTES, NO MOMENTO DE SUA INSCRIÇÃO, CONCORDAM EM TRANSFERIR DE MODO NÃO EXCLUSIVO, A TÍTULO NÃO ONEROSO E UNIVERSAL E PARA USO MUNDIAL - NA FORMA DO ART. 49 DA LEI FEDERAL Nº 9.610/98 - OS DIREITOS DE AUTOR SOBRE O CONTEÚDO DOS PROJETOS INSCRITOS, PODENDO A PROMOTORA LIVREMENTE UTILIZÁ-LO PARA TODA E QUALQUER FINALIDADE LEGALMENTE PERMITIDA." (em maiúsculas no regulamento)

O participante deve concordar com o regulamento que inclui os as regras acima. Projetos inovadores que usem somente softwares livres ficam excluídos e todos os projetos, selecionados ou não, passam a pertencer à Microsoft. Os autores premiados perdem seus direitos de autor.

Na minha opinião, inscrever um projeto passa por ler atentamente o regulamento, considerar os benefícios de visibilidade, reconhecimento, aportes ao projeto diretos e indiretos, frente as questões regulamentares que apontei acima.

quinta-feira, abril 29, 2010

Não há nada como abrir sua caixa postal e encontrar mensagens com coisas boas de ler!
Este texto de Rubem Alves é fantástico, quase um auto-retrato.

Compartilho com vocês, um dos destaques da revista Envolverde, excelente publicação on line sobre as questões relacionadas ao meio ambiente, assunto que considero imprescindível aos educadores comprometidos com a boa formação de seus alunos, em qualquer idade. Vale a pena assinar a newsletter ou os feeds, e você ainda pode acompanhar pelo twitter.

As duas caixas
Por Rubem Alves, para o Portal Aprendiz
Fernando Pessoa escrevia, lia o que escrevera e se assombrava. "Por que escrevi isto? Onde fui buscar isto? Isto é melhor do que eu..."

Coisa parecida acontece comigo. Alguém me mostra um texto e diz que fui eu quem o escreveu. Leio-o, mas não o reconheço. É como se tivesse sido escrito por uma outra pessoa. Mas, à medida em que vou lendo, vou ficando alegre. É um texto bom, melhor do que eu! Faço então as mesmas perguntas que fazia Fernando Pessoa ao ler o texto que acabara de escrever.

Sinto, então, vontade de publicar aquele texto de novo. Se ele surpreendeu a mim, é de se esperar que o mesmo aconteça com os leitores. E por que não?

Sei que Freud achava que a compulsão à repetição é um sintoma neurótico. Mas essa não é toda a verdade. Digo que o desejo da repetição pode ser a reação da alma diante da beleza. Quero ouvir de novo a "Valsinha", quero ver de novo as telas de Carl Larsson, quero comer de novo um frango com quiabo mineiro, quero ver de novo os ipês floridos...

Eu gostaria de publicar inteiros dois artigos que escrevi faz muito tempo. Eu os reli e gostei. Para que meus leitores saibam o que penso da educação. Como não posso publicá-los inteiros, vou publicar o essencial. E foi isso que escrevi:

"Explicações conceituais são difíceis de se aprender e fáceis de se esquecer. Por isso, caminho sempre pelo caminho dos poetas, que é o caminho das imagens. Em vez de explicar por meio de conceitos abstratos, vou mostrar o que digo por meio de imagens. Quem aprender as imagens terá aprendido o essencial da minha filosofia de educação."

"O corpo carrega duas caixas. Na mão direita, mão da destreza e do poder, ele leva uma caixa de ferramentas. E na mão esquerda, mão do coração e do prazer, ele leva uma caixa de brinquedos."

"Os animais não precisam de ferramentas. Seus corpos são as ferramentas de que necessitam para viver. Diferentes dos animais, nossos corpos são fracos e incompetentes. Se fôssemos depender deles para sobreviver, como os animais, há muito teríamos desaparecido da Terra. A fraqueza e a incompetência obrigaram o corpo a pensar e a criar. E foi assim que inventamos porretes, pilões, facas, flechas, redes, barcos, casas, como extensões do corpo."

"A primeira tarefa de cada geração, dos pais e das escolas, é passar aos filhos, como herança, a caixa de ferramentas. Para que eles sobrevivam e não tenham de começar da estaca zero."

"Diante da caixa de ferramentas, a primeira pergunta que um professor tem de fazer é: "Isso que estou ensinando é ferramenta para quê? De que forma esse conhecimento aumenta a competência dos meus alunos para viver a sua vida?"

Mas há uma outra caixa, na mão esquerda, a mão do coração e do prazer. Essa caixa está cheia de coisas inúteis que não servem para nada. Lá estão um livro de poemas da Cecília Meireles, a estória de "Alice no País das Maravilhas", um pé de jasmim, um quadro do Monet, uma sonata de Mozart, um banho de cachoeira, um beijo... Coisas inúteis. E, no entanto, elas são parte da vida e nos fazem sorrir. E não é para isso que se educa? Para que saibamos, além de viver, sorrir e ter prazer?

Resumo da minha filosofia de educação:
Primeiro, aprender ferramentas, para ter poder.
Segundo: aprender os brinquedos, para ter prazer...

quinta-feira, abril 22, 2010

3 lições que os professores podem aprender com o NING

por Sérgio Lima

 
 

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via Aprendendo em Redes de Colaboração by admin on 22/04/10

Introdução

Como todos já devem saber, o NING pretende mudar seu modelo de negócios e, possivelmente, acabar com todas as contas gratuitas. Além de todo chororô e alvoroço, professores que tem redes no NING já começam a pensar em alternativas. Alguns colegas já botaram o pé na estrada e começaram a desbravar as alternativas:

Como se pode ver, o problema nem será tanto as alternativas, mas eventualmente o trabalho que se poderá ter para se efetuar a migração de dados e usuários do NING para a nova plataforma escolhida.

Enquanto o momento desta eventual migração não chega, que tal os professores que têm criado suas redes sociais para fins educacionais pensarem um pouco que lições podem tirar deste episódio?

As Três Lições

Lição #1 – Preciso mesmo desta tecnologia?

Tudo aquilo que é simples, fácil e gratuito se torna tentador e, via de regra, professores (e profissionais de um modo geral) tem a mania de achar que "mais é mais" em educação (e em todas as áreas). Mas não é!

Tem redes no NING para 1 turma, para grupos de estudo (pequenos), para eventos isolados e etc… O que proponho para a reflexão é: uma plataforma de interação e produção de conteúdos, como o NING e suas alternativas, não seria um "tiro de canhão para se matar uma mosca" para uma grande parte das necessidades de professores ou grupos de aprendentes?

Não seria possível criar um ambiente de interação, conversações e produção coletiva de conhecimento e/ou conteúdo usando apenas um blogue?

Lição #2 – A plataforma que escolhi facilita migrações futuras?

Muita, mas muita gente boa de educação (e fora dela) acha que o fato de algo ser gratuito é condição suficiente para se adotar como solução tecnológica.

Não consideram o fato, importantíssimo, de que se a tecnologia usa padrões fechados e/ou proprietários você está entrando num aprisionamento tecnológico.

Quaisquer que sejam os objetivos educacionais, que tenham como horizonte o médio e longo prazo, deve-se olhar atentamente se a solução adotada permitirá, caso seja necessário, uma migração para outra solução sem impossibilidades técnicas.

Isto só é possível com soluções e/ou tecnologias que utilizem padrões abertos, documentados e livres!

Se você resolver migrar sua rede do NING para outra plataforma correlata, procure observar com atenção este detalhe.

Lição #3 – Soluções gratuitas são adequadas para o longo prazo?

Como eu já disse antes:

"Embora "peopleware" e pedagogia sejam mais determinantes que a tecnologia em si, como veremos a seguir, a escolha da ferramenta adequada nos poupará trabalho e nos permitirá gastar tutano nas coisas que realmente são as mais importantes: Criar Comunidades de Aprendizagem em torno de uma plataforma."

A maior parte de nós professores já temos muitas tarefas a realizar na tentativa de construir práticas educativas adequadas ao nosso contexto educacional e eficazes para que os alunos aprendam e, mais importante de tudo, aprendam como se aprende.

É natural que escolhamos, num primeiro momento, plataformas gratuitas e simples para as nossas experiências de construção/animação de comunidades de aprendizagem. Mas, na medida que vislumbramos um caminho a seguir (e, em educação, será sempre de médio e longo prazo!) precisamos refletir se soluções gratuitas não contribuirão para que a produção de nossa comunidade fique dispersa na rede no médio e longo prazo.

Não valerá a pena, para um horizonte de médio e longo prazo, se pensar em um domínio próprio e um maior controle da produção da sua comunidade de aprendizagem?

Mesmo que individualmente você não tenha facilidades com as tecnologias necessárias para manter suas soluções por sua própria conta, não valerá a pena, juntar-se a outros professores e organizarem "um condomínio" para a produção deste coletivo?

A ideia de que vivemos em rede (não mais sozinhos nas nossas escrivaninhas) precisa ser traduzida em práticas mais coletivas e colaborativas!

Uma solução paga, para um coletivo, pode ser mais barata do que um cafezinho por dia. Não que eu defenda que não possa existir o "almoço grátis!", mas o ponto crucial é: se você acredita no seu trabalho, por que não investir, um pouco, para que ele tenha garantia de presença e organização na web no médio e longo prazo?

Conclusões provisórias

Eu não quero trazer certezas com este texto! Eu quero que professores, educadores e gestores de espaços educacionais pensem para além do curto prazo, da solução imediata para o próximo mês.

Educação é algo muito importante para que tenhamos sempre soluções improvisadas e não ponderadas. Reflexão e ação, em qualquer área, assim como em Educação, deve ser a regra e não a exceção.

PS: Das redes NING que eu mantenho (duas), pretendo ficar com apenas uma. Dependendo das políticas de preço que serão implementadas prentendo mantê-la no NING. Caso seja necessário uma migração, pretendo migrar para a solução wordpress + budypress.

PPS: Na mesma linha de discutir além do óbvio a Lilian Starobinas tece algumas considerações importantes sobre as mudanças no NING. Aponte seu navegador para o endereço abaixo:

http://discursocitado.blogspot.com/2010/04/perdas-e-danos.html

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domingo, abril 11, 2010

A Voz do Professor

A Voz do Professor: "Podcast criado pelos calouros do grupo 4 do curso de edição de áudio e criação de podcasts do Portal POIE"

quinta-feira, abril 01, 2010

Gravatar agora gerencia perfis completos

via Meio Bit

Gravatar é antigo e bom.

 
 

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Antes dos perfis universais, hoje encabeçados por Facebook, Twitter e alguns outros específicos de comentários (DISQUS, IntenseDebate), o Gravatar era o mais próximo que tínhamos disso. Através de um cadastro simples, era (e ainda é!) possível relacionar uma imagem nossa ao nosso e-mail, e assim, em todos os blogs que suportassem o serviço, ao inserir um comentário, a imagem era automaticamente exibida.

Nos últimos dias, a Automattic, empresa detentora do Gravatar (e também do WordPress.com), liberou um generoso upgrade na ferramenta. Agora, o Gravatar não lida apenas com a imagem, mas sim com o perfil inteiro dos usuários.

Gravatar - Globally Recognized Avatars - Google Chrome

A novidade já está parcialmente funcional. No site, é possível editar o perfil, e vê-lo – mas apenas o seu. Os perfis, que serão públicos, ainda levarão um tempinho para tornarem-se, de fato, disponíveis a qualquer um.

Um detalhe muito interessante é que todas as contas "linkadas" de outros serviços (Facebook, Twitter, Tumblr, Vimeo, posterous, etc.) foram implementadas via API e são verificadas. Essa medida é uma grande arma para combater perfis falsos. Além desses serviços, o perfil permite a inclusão de nome completo, nome de exibição, local, descrição (mini-biografia), galeria de imagens e links.

Usuários do WordPress.com já podem editar seus perfis no Gravatar diretamente da interface administrativa do serviço de blogs.

Fonte: WordPress.com.


 
 

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domingo, março 28, 2010

Vídeo Aula Hagáquê

Por José Roig no blog Educa Tube.

 
 

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via Letra Viva do Roig by José Antonio Klaes Roig on 28/03/10


Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=oYJ4FV6sA80

Conforme apresentação do vídeo acima, na Comunidade Linux Educacional, do pro. Rafael Nink:

"O Hagáquê é um software que permite ao usuário criar história em quadrinhos, este foi desenvolvido para Windows porém é possível instalar no linux educacional ( Manual de instalação do Hagáquê no LE3.0 )"

A vídeo aula acima mostra como utilizá-lo e foi elaborado pelo professor Marcos Adriel.

http://linuxeducacional.com/news/soft-edu/video-aula-hagaque/

Utilizei o Hagáquê, em 2007, em projeto de aprendizagem com a parceria da profª. Simone Zogbi, regente da 4ª série do ensino fundamental da EEEF Barão de Cêrro Largo, de Rio Grande - RS - Brasil, onde funciona o NTE Rio Grande/18ªCRE, em que atuo como multiplicador de informática educativa, conforme link abaixo:

Projeto Hagáquê - Aprendendo com os Quadrinhos

Observação: Postagem acima, publicada originalmente no blog Educa Tube.

 
 

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terça-feira, março 23, 2010

Linux educacional 3.0: explorando a área de trabalho

via José Roig e Educatube.

 
 

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via Educa Tube by José Antonio Klaes Roig on 23/03/10


Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=yy4Bugjn4ec

A vídeo aula acima, descobri durante Oficina de Linux Educacional 3.0, ao acessar o portal da Comunidade Linux Educacional: o pinguim vai a escola, produzido pelo Prof. Rafael Nink de Carvalho.
Para aqueles que ainda não conhecem essa distribuição criada pelo Ministério da Educação do Brasiil, e disponibilizada junto com os laboratórios de informática educativa, distribuídos às escolas brasileiras.
Vídeo disponível em www.linuxeducacional.com

 
 

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segunda-feira, março 15, 2010

sábado, fevereiro 20, 2010

Portal Poie: Visite

recomendação da Marli Fiorentin

 
 

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via Blogosfera Marli by noreply@blogger.com (Marli) on 19/02/10


"Compartilhar é a nossa missão." Essa é a proposta do Portal Poie, administrado pelo professor Edson Alves de Souza. O espaço está sendo reestruturado e tem dicas ótimas sobre tecnologias, especialmente direcionadas ao uso na educação. É aberto a quem deseja ser colaborador, seja socializando conhecimentos, seja auxiliando nos cursos que são ministrados gratuitamente no Ambiente Virtual de Aprendizagem. Conheço o Portal há vários anos e logo me encantei com a proposta ousada e solidária do Edson, que se doa sem medir esforços,oferecendo informações e cursos de altíssima qualidade, sem exigir nada em troca, a não ser a dedicação e disciplina de quem se propõe a aprender.Caso haja interesse, visite a área de cursos e fique atento à abertura de futuras inscrições. No momento, o Portal está iniciando um Curso de Podcast,no qual estarei dando uma "mãozinha" como mediadora, assim como o fiz tempos atrás, no Curso de Webquest. Para ter acesso a todas as informações, preencha o cadastro, fácil e rápido. Também é possível associar-se à Rede no Ning , participar da comunidade no Orkut ou seguir o Twitter. Breve também o Blog do Portal! Eu recomendo!


 
 

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quinta-feira, fevereiro 18, 2010

5 dicas para melhor aproveitar o Google Buzz

via Google Discovery

 
 

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via Google Discovery by Ricardo Fraga on 18/02/10

O Google divulgou, hoje, 5 dicas muito interessantes que podem ajudá-lo a melhor aproveitar o Buzz.

1 – Formatando suas mensagens:

Apesar de não haver a barra de formatação, como ocorre no Gmail, as mensagens do Buzz também pode ser formatadas. O esquema é o mesmo do bate-papo: *negrito*, _itálico_ e -sobrescrito- :)

gmail buzz formatting 5 dicas para melhor aproveitar o Google Buzz

2 – Resumo de suas atividades no Google Dashboard:

O Dashboard mostra um resumo dos dados que estão atualmente armazenados em sua conta no Google. Nele, você poderá obter todas as informações relativas aos produtos utilizados por você, bem como links diretos para você poder controlar suas informações pessoais.

O Buzz acaba de ganhar sua própria seção no Dashboard. Nela, você poderá ver quantas pessoas estão seguindo seu perfil, quantos perfis você segue, bem como informações sobre seus últimos posts, comentários e marcações de Gostei. Além disso, há a opção de se acessar, diretamente do Dashboard, as configurações do Buzz.

gmail buzz dashboard 5 dicas para melhor aproveitar o Google Buzz

3 – Use o @ para enviar uma mensagem direto à Caixa de entrada de um amigo:

Se você vai, por exemplo, mencionar algum amigo, ou gostaria apenas de chamá-lo a atenção para uma interação sua, você pode direcionar a interação diretamente à Caixa de entrada dele. Para isso, basta digitar @ e as primeiras letras de seu nome e escolher o e-mail do amigo na lista. Somente você verá o endereço de e-mail. As outras pessoas verão apenas o nome.

gmail buzz autocomplete 5 dicas para melhor aproveitar o Google Buzz

4 – Use os atalhos de teclado para navegar pelo Buzz:

Ative os atalhos de reclado em Configurações -> Atalhos do teclado ativados.

Utilize J ou N para se mover ao buzz abaixo, K ou P para se mover ao buzz acima, R para comentar (a mesma opção, no Gmail, serve para responder uma mensagem) e Shift + L para marcar como Gostei.

5 – Utilize o Mute para deixar de receber atualizações na Caixa de entrada:

Se você não quer receber, na sua Caixa de entrada, comentários sobre seus posts ou de posts que você acompanha, você pode silenciá-los. Para isso, basta clicar na seta, no canto superior direito do post e, depois, em Ignorar esta postagem. Assim, nenhuma atualização do post em questão será enviada ao seu e-mail.

gmail buzz mute 5 dicas para melhor aproveitar o Google Buzz

Caso a opção dos atalhos de teclado estejam ativadas, você pode silenciar um post apenas teclando M, quando o post em questão estiver selecionado.

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    sexta-feira, fevereiro 12, 2010

    Ciência e folia!

    via Tatiane!

     
     

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    via Clube do Explorador Mirim by Marina Ramalho on 12/02/10

    Quem disse que ciência não tem a ver com carnaval? Tem sim, a galera de Pernambuco sabe bem disso! Lá, desde 2005, o bloco "Com ciência na Cabeça e Frevo no Pé" defila pelas ruas de Recife e Olinda com bonecos gigantes de importantes cientistas brasileiros.

    Olha eles aí:


    Em 2010, uma médica (Naíde Teodósio) e um geógrafo (Milton Santos) serão os homenageados e seus bonecos vão desfilar junto com os de Albert Einstein, Santos Dumont, Charles Darwin, José Leite e Paulo Freire.

    Você não sabe quem são esses cientistas? Uma boa forma de conhecê-los é ir aos desfiles do "Com ciência na Cabeça e Frevo no Pé" em Olinda, já que os organizadores vão distribuir filipetas com informações sobre os personagens.

    O bloco sai no sábado (13/02) e na segunda-feira (15/02), às 12h. A concentração é na Praça do Carmo.

     
     

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    segunda-feira, fevereiro 01, 2010

    Pesquisa escolar na Internet: Ctrl+C & Ctrl+V versus Cópia Manuscrita

    artigo de Professor Digital
    fonte: http://professordigital.wordpress.com/

     
     

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    via Professor Digital by profjc on 30/01/10


    Classe tradicional

    Enquanto as redes se desenvolvem com computação quântica e teoria do Caos, a escola insiste em querer manter uma ordem que nunca existiu.

    Este é mais um relato de case sobre como práticas obsoletas tendem a resistir em ambientes onde os novos paradigmas de aprendizagem introduzidos pelo uso das TICs não são bem compreendidos pelos educadores e sobre como e porque isso deve ser mudado.

    A situação em questão deu-se na escola do meu filho, que agora cursa a quarta série de nove anos (antiga terceira série). A escola é uma escola particular de uma cidade média do interior paulista que atende a um público das classes C e D (classe média e média baixa) e todas as séries, do Maternal ao Ensino Médio, incluindo alguns Cursos Técnicos. É uma escola grande e tradicional, porém bem cuidada e com uma boa qualidade de ensino comparada à média das escolas paulistas.

    Embora a escola seja tradicional e não tenha nenhum enfoque significativo no uso pedagógico das TICs, como muitas outras, ela oferece algumas "aulas na sala de informática", mas são raros os professores que utilizam as TICs de forma significativa em suas práticas ou com seus alunos e a escola não oferece suporte para esse uso em sala de aula. Assim, o perfil pedagógico dos professores e de suas aulas é o perfil tradicional de uso da lousa e do giz como suas principais ferramentas tecnológicas.

    Este case trata da forma truncada e superficial como a pesquisa na Internet é vista pelo corpo docente (e pela escola) e sobre como é possível propor mudanças nessas concepções a fim de se mudarem também algumas práticas pedagógicas que visem promover uma melhor adequação da escola à realidade do aluno atual.

    Papiro antigo.

    Papiro antigo. Podemos copiá-lo na íntegra sem que, no entanto, saibamos o significado de nenhuma de suas palavras.

    Resumidamente, o problema discutido aqui pode ser descrito como se segue: "A professora da quarta série de nove anos, em reunião de início de ano, anuncia que durante o ano serão solicitadas algumas pesquisas aos alunos e que estes devem devolver suas produções em papel, com textos copiados à mão". A justificativa para tal proposta é que "os alunos tendem a copiar e colar integralmente os textos que encontram na Internet".

    Embora essa metodologia possa parecer que faça algum sentido e sua justificativa pareça ser "bem intencionada", e assim foi compreendida pela quase totalidade dos pais presentes à reunião, veremos a seguir que esse tipo de atividade de pesquisa escolar, onde se usa a Internet como uma das fontes de informação, não condiz com a metodologia proposta (cópia à mão e apresentação em papel) e que, essa metodologia de cópias à mão não apenas é obsoleta como também é sensivelmente prejudicial à aprendizagem dos alunos.

    O problema da pesquisa escolar na Internet

    Já dispomos de milhares de publicações, livros, artigos e papers tratando do uso da Internet como ferramenta de pesquisa e é um consenso entre educadores que utilizam as TICs que a Internet é, sem dúvida, a maior fonte de pesquisa disponível de forma acessível aos alunos. Portanto, não pretendo focar aqui na utilidade da Internet como fonte de pesquisa, o que estou dando como fato concreto, e sim nas mudanças do percurso de aprendizagem dos alunos ao utilizarem a Internet como meio de obtenção de informações e na necessidade de compreender essas mudanças para ensinar melhor e permitir que o aluno aprenda mais.

    Toda pesquisa é, em sua essência, uma coleta de informações a partir das quais se podem produzir resultados variados, que vão desde o uso imediato da informação coletada até a produção de novas informações e novos conhecimentos a partir da análise, desconstrução e reconstrução dos conhecimentos obtidos com a pesquisa.

    A pesquisa escolar, quando voltada aos alunos do Ensino Básico e, em especial, aos alunos do Ensino Fundamental, visa objetivos bastante amplos, dos quais, para efeitos ilustrativos, relaciono apenas dez objetivos gerais e mais cinco relativos ao uso das TICs:

    1. desenvolver atitudes autônomas de busca de informações;
    2. desenvolver a habilidade de usar diferentes meios de pesquisa (livros, revistas, entrevistas, experimentações, Internet, CDROMs e muitas outras fontes);
    3. desenvolver a habilidade de leitura e interpretação de textos;
    4. expandir o universo textual do aluno, colocando-o diante de diferentes formas de linguagem (textos com diversas formas de linguagem, figuras, gráficos, ilustrações, imagens, filmes, etc.);
    5. desenvolver a capacidade de análise e síntese das informações (respeitado o nível de desenvolvimento cognitivo da série e faixa etária do aluno);
    6. desenvolver habilidades artísticas relativas à apresentação gráfica dos trabalhos de pesquisa produzidos, fazendo-se uso de imagens e ilustrações diversas, bem como de programas e instrumentos de produção artística;
    7. desenvolver a habilidade de escrita, reescrita e produção textual;
    8. desenvolver habilidades de comunicação ao apresentar os resultados da pesquisa;
    9. desenvolver habilidades de trabalho colaborativo (pesquisando-se em grupos e contando com apoio de adultos);
    10. trabalhar questões de ética e cidadania relativas à propriedade intelectual;
    11. desenvolver habilidades no uso das TICs (computadores, Internet, gravadores, filmadoras e outras tecnologias de pesquisa, armazenamento de informações, tratamento de textos e imagens, etc.);
    12. desenvolver habilidades de pesquisa usando-se bancos de dados não classificados (uso da Internet);
    13. desenvolver habilidades de comunicação digital (produzir textos, apresentações, filmes e outros materiais em mídias digitais, trocar informações e colaborar por meios digitais);
    14. desenvolver habilidades de publicação digital (publicar em blogs, comunidades, galerias de imagens, etc.);
    15. desenvolver habilidades de integração de diferentes mídias (uso de multimídia: texto,som e imagem).

    Google

    Os "buscadores" são parte de uma revolução gigantesca na forma de se acessar informações dispersas por todo o planeta.

    Embora o universo de aprendizagens relativo à pesquisa escolar seja imenso, poucos são os professores que têm consciência da maioria dessas possibilidades de aprendizagem e, portanto, poucos planejam pesquisas voltadas a essas aprendizagens – principalmente as cinco últimas listadas, que dizem respeito ao uso das TICs. O resultado que normalmente se vê, e se critica, são trabalhos de pesquisa que consistem basicamente nos processos de Ctrl+C & Ctrl+V, ou seja, na cópia e cola de textos ou excertos de documentos e imagens que depois são impressos e entregues ao professor.

    Vendo-se diante do problema de receber trabalhos de pesquisa que são meras cópias, muitos professores tentam impedir que o aluno faça uso do computador e da Internet e, nessa tentativa, solicitam que os alunos lhes entreguem os trabalhos "escritos à mão", como se "escrever à mão" fosse alguma espécie de garantia de que o aluno fez o trabalho ao invés de apenas copiá-lo. Argumentam também que, tendo que copiar à mão, o aluno é obrigado a ler o texto que está copiando. Esquecem-se, esses professores, de que "copiar à mão" é tão somente uma forma rudimentar de cópia e que todos nós podemos copiar textos escritos em línguas que não compreendemos sem cometer nenhum erro gramatical e sem compreender absolutamente nada do que estamos copiando.

    As origens do problema

    Monges copistas

    Monges copistas (Gravura do século XIII). Sugestão de filme sobre o tema: "O nome da Rosa".

    Com o advento das tecnologias digitais, e principalmente da Internet, as queixas sobre pesquisas escolares copiadas na íntegra parecem ter aumentado muito e a facilidade com que se pode copiar textos integral ou parcialmente dá-nos a idéia de que a Internet criou uma cultura de copiar e colar que até então não existia. Mas isso não é verdade. A reprodução de textos na íntegra ou de excertos reorganizados em um novo texto é uma prática que remonta o advento da escrita.

    Os alunos sempre copiaram textos nas pesquisas escolares e os trabalhos que eram antes entregues com cópias à mão não possuíam um conteúdo melhor do que os que são hoje copiados eletronicamente. Na verdade os trabalhos copiados eletronicamente são bem mais ricos em informações e conteúdos do que os de "antigamente" porque a mídia digital permite agregar mais textos e imagens com um custo de elaboração muito menor.

    A única diferença entre os trabalhos copiados antes da era da Internet e os trabalhos copiados agora está no pressuposto altamente questionável de que ao fazer uma cópia "à mão" o aluno aprende aquilo que copia. Esse pressuposto é questionável porque a prática da cópia manuscrita não implica em aprendizagem do conteúdo que se copia e a leitura empregada em uma atividade de cópia não tem o caráter de busca de compreensão do texto copiado.

    Pesquisas escolares apresentadas como simples cópias de textos, sejam eles obtidos na Internet ou em algum livro da biblioteca escolar, originam-se de uma série de fatores que estão diretamente ligados à atuação do professor. Dentre eles cito alguns:

    1. Falta de planejamento pedagógico do professor. Como em qualquer atividade pedagógica, é preciso ter claros os objetivos, recursos, métodos, formas de avaliação e redirecionamentos futuros. Pesquisas precisam ser "planejadas como projetos" e não apenas "solicitadas como atividades";
    2. Falta de clareza na proposta de pesquisa e falta de orientação adequada aos alunos sobre os procedimentos envolvidos em uma pesquisa escolar de forma geral. Os alunos precisam ter claros os procedimentos que terão de empregar para executar a pesquisa. Isso equivale a produzir e distribuir inicialmente aos alunos um rubrica de avaliação do trabalho de pesquisa solicitado a eles;
    3. Forma pobre com que a pesquisa é proposta, geralmente como uma "coleta genérica de dados". Trabalhos de pesquisa são bem mais interessantes quando propostos como "caça ao tesouro", "webquest", "desafios" e "problemas abertos" que demandem a pesquisa proposta como ferramenta de resolução e não como produção final;
    4. Falta de disposição do professor para analisar as produções de maneira crítica e construtiva, resumindo-se apenas ao trabalho de "coletar e classificar a pesquisa". Se, por um lado o aluno usa do artifício de copiar e colar, por outro, muitos professores apenas "pesam o trabalho" e o avaliam pelo número de páginas ou pela apresentação visual, sem realmente analisarem a pesquisa em si, o roteiro de produção do aluno e, principalmente, a efetividade da aprendizagem decorrente da pesquisa;
    5. Abandono intelectual do aluno durante o processo de pesquisa. Para muitos professores o aluno deve ser capaz de fazer, de uma única vez e sem apoio do professor, uma pesquisa que retorne exatamente o que o professor deseja e da forma como ele gostaria que a pesquisa fosse feita. Uma pesquisa escolar é um processo que precisa ser assistido, apoiado e redirecionado enquanto ocorre e não apenas avaliado depois de finalizado.

    Portanto, a origem do problema da metodologia de copiar e colar empregada pelos alunos não está em uma "falha de caráter dos alunos", na sua "preguiça de ler e resumir" ou na "facilidade com que se pode copiar e colar textos inteiros ou excertos e imagens da Internet", mas sim na incapacidade do professor de propor, apoiar, acompanhar e participar com o aluno de pesquisas onde a cópia pura e simples não atenda aos requisitos previamente definidos na tarefa.

    Se o professor quiser ensinar ao seu aluno sobre energia solar e seu uso e, para tanto, pedir ao aluno que simplesmente "faça uma pesquisa sobre energia solar", ele retornará com uma grande pilha de papéis que podem não ter nenhuma relação com a informação que se gostaria que ele tivesse acessado e compreendido, mas que certamente terão alguma vaga relação com o tema "energia solar e seus usos". Mas se o professor propor ao aluno que construa um "fogão solar" ele certamente fará pesquisas sobre energia, energia solar, fogões, usos da energia, etc., e, possivelmente, terá que conversar com outras pessoas, solicitar mais ajuda, coletar dados, resumir, ler e compreender, obter recursos, criar um protótipo e ser capaz de apresentá-lo, explicando seu uso e a relação entre a energia solar e o aparato tecnológico propriamente dito. Para isso tudo ele consultará a Internet e talvez copie e cole muitas coisas, mas ao final ele não retornará simplesmente com uma pilha de papéis cujo conteúdo ele mesmo desconhece.

    Observe que no exemplo acima a pesquisa é tratada como um "processo" e não como um fim em si mesma.

    Os novos percursos de aprendizagem com o uso das TICs

    A solução proposta pela professora do meu filho, que consistia em "exigir que o aluno copiasse sua pesquisa à mão" é uma das muitas soluções que nada solucionam e sobre as quais pouco se reflete. Além dessa, também há outras soluções igualmente esdrúxulas, como fazer uma prova para comprovar que o aluno aprendeu (que leva o aluno ao duplo fracasso se ele fracassou na pesquisa) ou apresentar trabalhos de pesquisa individuais e "diferentes" dos trabalhos dos colegas que pesquisaram a mesma coisa (que se baseia no pressuposto errado de que todas as pesquisas sobre um mesmo tema devem resultar diferentes).

    Para entender porque a solução proposta pela professora do meu filho é uma péssima solução é preciso entender o processo pelo qual meu filho, e o aluno da atual geração digital, faz uma pesquisa escolar usando as tecnologias digitais e a Internet. Vou tentar exemplificar esse processo a partir de um exemplo real ocorrido no ano passado, quando sua professora de inglês solicitou que fosse feita uma pesquisa sobre os lugares pitorescos de New York. Para fazer essa pesquisa foram seguidos os passos abaixo (que eu acompanhei pessoalmente durante todo o processo):

    1 – Compreender o que significa "lugar pitoresco" e saber identificar um deles quando o encontrar. Para isso meu filho usou um dicionário e a Internet e descobriu que se tratava dos "pontos turísticos" de New York. O dicionário lhe deu o significado da palavra e a busca na Internet lhe mostrou alguns exemplos desses lugares. Usar dicionários (impressos ou digitais) e mecanismos de busca na Internet para obter o significado das palavras e exemplos de sua ocorrência é parte natural do "método de aprendizagem da geração atual";

    2 – Criar um documento de edição de texto (ou apresentação de slides) em branco, onde serão copiados os textos, excertos, imagens e outros dados obtidos na Internet. O uso de editores de texto (como o Word ou o editor do OpenOffice) para armazenar, organizar e editar as informações obtidas, para que depois se possa formatar o trabalho final digitalmente, é um recurso imprescindível hoje em dia e substitui com inúmeras vantagens o procedimento de fotocopiar, ou copiar à mão, todo o material;

    3 – Pesquisar em diversas fontes as informações desejadas. Meu filho pesquisou em vários sites e páginas da Internet, buscou imagens e até mesmo vídeos. Além disso ele também pesquisou em enciclopédias e revistas impressas. As informações digitais consideradas "úteis" foram recortadas, copiadas e coladas no documento de edição de texto. As informações encontradas em impressos serviram de apoio para busca de informações digitais correspondestes. O uso de informações digitalizadas, em detrimento daquelas impressas em papel, deve-se a maior facilidade de manipular informações digitais nos dias de hoje.

    4 – Selecionar e organizar as informações encontradas. Muitas informações encontradas são redundantes, algumas fontes são mais completas, algumas imagens são mais atraentes, etc. Toda a informação encontrada foi pré-selecionada e organizada por critérios de classificação que demandam comparações e análises. O uso de um documento eletrônico de texto permite inserir, organizar, excluir e modificar textos, figuras e layouts com uma facilidade que somente essa mídia permite.

    5 – Editar, formatar e criar uma versão publicável do documento de resumo da pesquisa. Como a professora do ano passado solicitou que o trabalho fosse apresentado em uma "cartolina", a formatação do documento de resumo da pesquisa procurou criar páginas que pudessem ser impressas e então coladas na cartolina. Documentos eletrônicos não deveriam ser impressos, salvo raras exceções, e deveriam ser apresentados com projetores multimídia, lousas digitais ou mesmo na Internet para acesso a partir da rede.

    É evidente que meu filho, então com oito anos de idade, não tem ainda autonomia e habilidades para executar sozinho todos esses passos, e principalmente as etapas que envolvem análise, reescrita no padrão formal da língua e formatação final do documento. É nesse ponto que eu, como pai, interfiro procurando ajudar no desenvolvimento dessas habilidades. No entanto essa não deveria ser uma função apenas minha, mas sim da escola! É à escola que cabe preparar os alunos para o uso dos recursos tecnológicos de que eles dispõem na sociedade e que podem auxiliá-lo na realização de tarefas como essa. Em nenhum outro lugar fora da escola se pede às pessoas que façam um trabalho de pesquisa e o apresente em uma cartolina!

    Geração Digital

    A geração digital lida com naturalidade com o hipertexto e as TICs.

    Os alunos da geração digital, como o meu filho, não percorrem os mesmo caminhos de aprendizagem que seus professores percorreram. Não há sentido ou propósito pedagógico em pedir a eles que copiem à mão um texto que podem copiar teclando Ctrl+C e Ctrl+V. Eles não fazem essas cópias digitais por preguiça, e sim porque são inteligentes e é uma grande burrice desperdiçar minutos preciosos da vida copiando à mão aquilo que se pode copiar em pouco segundos apertando-se umas poucas teclas.

    Por outro lado, apesar dos aparatos e facilidades tecnológicas atuais, as aprendizagens realmente relevantes continuam sendo as mesmas de antes da era digital, apenas acrescida agora de outras aprendizagens que permitem o uso proficiente das novas tecnologias. Solicitar aos alunos que façam trabalhos de pesquisas copiados à mão não supre as necessidades de aprendizagem que já existiam antes e impedem as novas aprendizagens sendo, portanto, um duplo erro.

    O resultado final da pesquisa feita pelo meu filho no ano passado, e que estou tomando como exemplo aqui, foi a produção de uma folha de cartolina que deveria então ser fixada na parede da classe. Poderia ter sido bem melhor se o resultado final fosse "mostrado em um filme" ou em uma apresentação de slides multimídia, mas mesmo sem se chegar a esse nível de exigência de uso das TICs, as aprendizagens relevantes ocorreram de forma bastante significativa. Percebi que depois dessa pesquisa a capacidade de busca de informações na Internet e de lidar com diversas informações conflitantes, redundantes ou irrelevantes melhorou bastante.

    Mudando paradigmas

    No caso atual o desfecho foi bastante positivo. Logo após a reunião com a professora, que pareceu não compreender muito bem que sua atitude é anti-pedagógica e prejudicial aos alunos, reuni-me com a coordenação da escola e, depois de expor os argumentos que exponho nesse artigo, a coordenação decidiu reorientar o corpo docente com relação ao uso das TICs na escola. Porém, se não fosse pela minha intervenção e pela decisão da coordenação da escola de promover o uso pedagógico das TICs, a situação seria bem diferente.

    Cartoon Google

    Muitos professores sentem-se em "crise existencial" diante das TICs. É preciso se inserir na nova realidade para não se sentir um "excluído do mundo".

    Um número muito grande de professores desconhece os novos paradigmas de aprendizagem baseados no uso das novas tecnologias digitais e ignoram o fato de que a aprendizagem dos seus alunos não se dá apenas dentro do ambiente de sala de aula. A professora do meu filho nesse ano é uma moça ainda bem nova e só tem cinco anos de experiência no magistério, o que a colocaria dentro de um universo de professores que já vem fazendo uso das novas tecnologias em sua própria aprendizagem. Porém, fazer uso das novas tecnologias não é garantia, por si só, da compreensão correta do seu potencial pedagógico. Mesmo professores que já são eles mesmos da era digital se vêm ainda presos a práticas antiquadas e a paradigmas e mitos que vem sendo reproduzidos geração após geração de novos professores.

    O papel da gestão escolar nesse momento de mudança de paradigmas é fundamental, pois é a ela e, em especial, à coordenação pedagógica, que cabe a responsabilidade pelo aperfeiçoamento do corpo docente, a disponibilização de recursos e, principalmente, a orientação pedagógica adequada para o uso proficiente não apenas das novas tecnologias, mas também das novas metodologias de ensino e aprendizagem.

    Investir pesadamente nessa mudança de paradigmas é papel de todos nós. Ao discutir isso com a coordenação pedagógica da escola do meu filho eu desempenhei vários papéis, inclusive o meu papel de educador que não se extingue quando saio da minha própria sala de aula. Mas meu papel como pai e cidadão, que exige uma escola adequada às necessidades dos alunos atuais, talvez tenha sido o mais importante para a conclusão desse case.

    Educadores, formadores de opinião, gestores de políticas públicas e todos os cidadãos precisam se empenhar em exigir das escolas práticas pedagógicas e metodologias mais afinadas com os tempos atuais. Não podemos permitir que a escola continue sendo uma instituição à parte da sociedade, como se fosse uma espécie de dinossauro não extinto vivendo em um mundo perdido e distante da realidade. As TICs não são apenas uma opção a mais na Educação, elas são parte de uma realidade onde todos nós, inclusive a escola, estamos inseridos. Não se pode ignorá-las e, sobretudo, não se pode dar continuidade a práticas pedagógicas que dificultem a apropriação do uso dessas TICs pelos alunos. Por isso é preciso investir pesadamente na capacitação dos professores que ainda não compreendem esses novos paradigmas. A própria escola precisa refletir e aprender se quiser produzir alunos reflexivos e capazes de aprender a aprenderem de forma autônoma.

    Sugestões de leituras na Internet:

    1. As Novas Tecnologias da Informação e Comunicação e a Pesquisa Escolar: O artigo aborda a pesquisa baseada em fontes pessoais, bibliográficas e eletrônicas e as formas de procedimentos dos alunos para a realização do trabalho.
    2. A Pesquisa Escolar em Tempos de Internet: A problemática da pesquisa da e para a escola. As autoras buscam compreender, através do discurso de adolescentes entrevistados, a construção/produção da pesquisa escolar na Internet, buscando a sua funcionalidade no contexto do ensino e o seu papel na constituição do sujeito leitor-escritor. Com suporte na teoria enunciativa da linguagem de Bakhtin, elas procuram analisar a questão da autoria da pesquisa escolar, focalizando-a em sua dimensão textual/discursiva.
    3. A Internet na pesquisa escolar: um panorama do uso da web por alunos do ensino fundamental: Estudo de pesquisadores da UFMG que tem como objetivo verificar o uso da internet por alunos do ensino fundamental, com ênfase nos seus trabalhos escolares.
    4. Mudanças geradas pela Internet no cotidiano escolar: as reações dos professores: Análise de 20 entrevistas realizadas com professores do ensino Fundamental e Médio de escolas particulares do Rio de Janeiro. Respostas, reações, comentários e atitudes indicam que tais mudanças os têm atingido profundamente e feito enfrentar dolorosos conflitos internos.
    5. A Internet como ambiente de pesquisa na escola: Último capítulo do livro "novas tecnologias na educaçao: reflexoes sobre a pratica" de Luis Paulo Leopoldo Mercado, disponível para leitura no Google Livros.
    6. Oficina de Pesquisa na Internet: Uma oficina de formação de professores desenvolvida pela equipe do Educarede visando capacitar professores para o uso da Internet como fonte de pesquisa e, assim, possibilitar que esses professores capacitem seus próprios alunos para o uso proficiente da Internet como meio de pesquisa.

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